Traduções jurídicas: 5 razões para a sua agência não me contratar

Traduções jurídicas: 5 razões para a sua agência não me contratar

Pode parecer contraintuitivo dizer-lhe por que não deve contratar-me, mas isso poupa-nos tempo.

Porque se se identificar com um dos pontos abaixo, não precisa de continuar a ler. Não seríamos uma boa opção um para o outro. Sem ressentimentos, trata-se apenas de negócios.

Também se pode questionar por que uma jurista-linguista com mais de duas décadas de experiência em direito e tradução trabalha com agências.

A resposta é simples: aprecio o que uma boa agência de tradução pode retirar das minhas mãos, libertando o meu dia para eu me concentrar no que faço melhor. E, ao contrário da «descasca» permanente das agências a que assisto nas redes sociais, sei que existem boas agências, porque trabalho com algumas delas. Em conjunto, entregámos centenas de milhares de palavras a clientes recorrentes ao longo dos anos.

Portanto, vamos ver quais os motivos para não me contratar:


1. A sua agência atira o barro à parede a ver se pega

A sua agência oferece serviços de tradução em todas as combinações de línguas imagináveis. «Precisa desta petição de insolvência traduzida de dinamarquês para arménio? Amanhã de manhã? Não há problema. Pode contar connosco»!

A questão é que não pode. Verificar a sua base de dados é uma causa perdida, então recorre às plataformas de tradução e amplia a sua rede. Ninguém pega no projeto. Volta a publicar o projeto utilizando uma língua de transição e, eventualmente, encontra dois tradutores: um para traduzir do dinamarquês para o inglês e um do inglês para o arménio. Nenhum dos dois é tradutor jurídico especializado, mas o tempo está a passar. Salta a etapa da revisão interna, porque ninguém da equipa compreende arménio e já esgotou o orçamento ao utilizar dois tradutores. No dia seguinte, um juiz em Yerevan franze as sobrancelhas sobre a qualidade da redação jurídica e rejeita a petição do seu cliente.

Quando trabalho com uma agência de tradução, faço parte de uma equipa, sou um dos seus tradutores preferidos. Não fico de braços cruzados à espera de ser escolhida num leilão online. Trabalho com agências cujos tradutores internos falam as minhas línguas de partida (neerlandês ou português) e de destino (inglês). Agências que possuem gerentes de projeto com formação para combinarem cuidadosamente o tradutor certo com o projeto certo. Porque isso produz os melhores resultados e garante a continuidade dos negócios. E é nisso que estou interessada: relacionamentos profissionais prolongados e não fazer dinheiro fácil com clientes pontuais.

2. É uma agência dos sete ofícios, mestre em nenhum

Se a sua agência não é especializada em tradução jurídica e áreas afins, não faz sentido entrar em contacto comigo. É improvável que disponibilize um fluxo constante de trabalho ou tenha conhecimento especializado para rever traduções nesta área, lidar com dúvidas de forma eficiente ou atrair clientes jurídicos de qualidade. Além disso, não traduzo fora da minha área de especialização do direito e áreas interconexas como finanças, pensões e seguros. Conheço as minhas limitações.

Como efetuo traduções jurídicas de elevada qualidade, que ajudam a atrair negócios recorrentes, preciso de me concentrar em agências que utilizarão o meu trabalho para fazer exatamente isso, revelando-se uma situação vantajosa para ambas as partes.

3. A sua agência atua como um mero intermediário

Um cliente envia um documento para tradução e a agência atribui o projeto ao tradutor mais barato na base de dados. O tradutor devolve o documento traduzido. O gerente de projeto dá uma vista de olhos no ficheiro (se for o caso) para verificar se tudo parece estar em ordem. A agência entrega a tradução e emite a fatura ao cliente. Parece-lhe familiar? Se é assim que a sua agência trabalha, independentemente de publicitar o contrário, não faremos uma boa parceria.

Porquê? Porque eu trabalho com agências apenas se estas adicionarem valor ao processo. Não com transmissores de papel. Agências que fazem o que afirmam: gestão de projetos.

Do meu ponto de vista, tal significa:

  • preparar ficheiros
  • facultar quaisquer materiais de referência do cliente
  • organizar a MT para eliminar inconsistências
  • obter respostas do cliente final se eu tiver dúvidas
  • tentar ajudar em problemas inesperados com a ferramenta de tradução ou a formatação
  • efetuar internamente a revisão ou utilizar um revisor externo qualificado
  • filtrar as dúvidas a enviar-me
  • proporcionar feedback construtivo

e, o mais importante, tratar-me como parceira de negócios, não como um recurso descartável.

Estou a pedir demasiado? Não, porque eu não preciso de ser bajulada. Os sistemas automatizados não me incomodam, desde que levem a aumentos de produtividade. Sei que está ocupado, eu também estou. Todavia, confirmar a receção de todas as traduções enviadas por e-mail é imperativo. E encaminhar os elogios do revisor ou do cliente final sobre um trabalho desafiador não custa nada e estimula infinitamente a moral.

4. A sua agência confunde tradutores com bancos

Se a agência não dispõe do capital adequado e espera que os clientes paguem antes de pagar aos tradutores, por favor, não me abordem. Não possuo licença bancária, portanto, não lhe posso conceder um empréstimo intercalar para a ajudar até que os clientes paguem. E se ficar «ofendida» por eu lhe enviar um e-mail logo após a data de vencimento a perguntar educadamente sobre o meu pagamento em atraso, também não sou a tradutora certa para a agência. Faço isso como prática corrente, como qualquer empresário que quer levar o barco a bom porto deve fazer. Como a agência faria imediatamente caso eu alguma vez não cumprisse o prazo da tradução sem aviso prévio. Funciona nos dois sentidos.

Eu costumava trabalhar como especialista em falências e liquidações, por isso, ouvi todas as desculpas de falta de pagamento que existem. Mas, como antiga sócia de uma empresa de administradores de insolvência, também compreendo que possam ocorrer contratempos administrativos e problemas de liquidez a curto prazo. Avise-me se isso acontecer e verá que sou cordial e mesmo flexível (até certo ponto). Se me fizer perseguir a agência para receber o pagamento, não será tão intenso quanto a minha cena favorita do Taken, mas digamos que recebo sempre o meu dinheiro.

5. A sua agência usa a palavra «urgente» como quem atira confetes

Gosto do ritmo acelerado da tradução jurídica e trabalho bem sob pressão. Fico o mais imperturbável possível quando o tempo está a passar e o volume rigoroso de trabalho que posso fornecer numa emergência é impressionante, mesmo sendo eu própria a afirmá-lo. Os meus anos como jurista ensinaram-me muito. Mas os meus anos como jurista também me ensinaram outra coisa: a capacidade de distinguir entre o que é verdadeiramente urgente e o que é apenas o resultado de um planeamento inadequado ou de demasiados intermediários.

Se os pedidos de prazo forem constantemente irrealistas e parte de uma corrida para o fundo que permeia esta indústria, não contem comigo. Enquanto tenho alguma margem de manobra, reservo-a para quando for necessária. Portanto, quando for necessário abandonar tudo, posso mover montanhas para ajudar a agência a cumprir um prazo apertado.

A sua agência deve contratar-me?

Isso depende de si, mas se leu até aqui, provavelmente estamos em sintonia.

Por isso, se está à procura de uma profissional qualificada que pode ajudar a atrair e a manter mais clientes de tradução jurídica a tarifas justas, envie-me um e-mail e vamos discutir os termos e condições.